CEISG 2025

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Currículo Internacional, Educação Multilíngue e Tecnologias Educacionais:
Narrando o passado, vivendo o presente para (re)imaginar futuros possíveis

02, 03 e 04 de Setembro de 2025
08 às 12h e 13h30 às 17h
O evento será no formato virtual –  100% Online (youtube)

Taxa de Inscrição

1º Lote

20/06 a 13/07
2º Lote

14/07 a 10/08
3º Lote

11/08 a 24/08
ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO
R$ 10,00
R$ 15,00
R$ 20,00
ESTUDANTES DE PÓS-GRADUAÇÃO
R$ 150,00
R$ 195,00
R$ 253,50
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO BÁSICA
R$ 10,00
R$ 15,00
R$ 20,00
PROFESSORES | PESQUISADORES
R$ 175,00
R$ 227,50
R$ 295,75
PALESTRANTES
ISENTOS
ISENTOS
ISENTOS
INTEGRANTES DO GECAL
R$ 10,00
R$ 15,00
R$ 20,00

Inscrições Abertas

A proposta de um evento internacional na área da Linguística Aplicada Crítica (LAC) e com interfaces com outras áreas e campos de investigação (Educação Internacional, Relações Internacionais, Educação, Linguística, Sociolinguística, Pedagogia Crítica, Análise do Discurso Crítica, etc), atesta a indisciplinariedade, transdisciplinariedade e multidisciplinaridade como características preponderante neste evento, além de sua relevância ao abranger um vasto campo de profissionais que atuam na formação de professores de línguas, na educação internacional e em políticas linguísticas, em especial do ensino de línguas, desde o Ensino Fundamental ao Ensino Médio e Superior, visando promover o desenvolvimento e o compartilhamento de pesquisas, o que traz contribuições para pesquisadores, educadores e formadores de professores. O campo da Linguística Aplicada Crítica é, a nosso ver, específico e ao mesmo tempo, vasto, rico e, sobretudo, relevante, tendo em vista a necessidade de rumarmos, enquanto humanidade, para práticas sociais, discursos e práxis críticas, emancipatórias, que visem à democracia, à mitigação de opressão e desigualdade. Espera-se proporcionar espaço de aprendizagem e interação entre estudiosos nacionais e internacionais, buscando avanços teóricos e pedagógicos na área em foco. Ademais, a proposta também conta com plano de publicações para disseminação de resultados a um público certamente ainda maior do que o que vai ser congregado pelo evento, a partir do seguinte tema, a saber: Perspectivas Decoloniais na Linguística Aplicada Crítica.

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TIPOS DE PARTICIPAÇÃO

Grupos de trabalho: As comunicações serão submetidas individual ou coletivamente. Cada apresentação será avaliada e agrupada pela comissão científica organizadora em sessões de acordo com o tema do resumo e os indicadores enviados na submissão, como linha de pesquisa e palavras-chave. Cada apresentação de comunicação terá a duração total de 20 minutos, incluindo cinco minutos para perguntas. As propostas devem ser encaminhadas pelo formulário eletrônico neste site.

GT’s:

GT1: Educação linguística e língua portuguesa: reflexões para uma didática do plurilinguismo

Autores: Sweder Souza

Resumo: Os trabalhos com a Didática do Plurilinguismo (DP) estão ligados a uma vertente didática para o ensino-aprendizagem de línguas pluri/multi/translingue, sobretudo em um contexto mundial/internacional que cada vez mais cerca a sociedade, na qual os conhecimentos linguísticos, socioculturais, pragmáticos, discursivos, políticos etc., são necessários. Assim, o sujeito é levado a compreender, entender, socializar, se posicionar e significar frente a esse mundo cada vez mais globalizado, multi/pluri/transcultural, que não funciona de maneira segmentada, língua por língua, mas, sim, de forma transversal.

Nesse sentido, a abordagem da DP está ligada a uma vertente didática para o ensino-aprendizagem de línguas pluri/multi/translingue (Araújo e Sá, 2007, 2018, 2019, Araújo e Sá & Melo-Pfeifer, 2016, 2017, Araúo e Sá & Pinho, 2015, Araújo e Sá et al, 2007, Melo-Pfeifer & Simões, 2017; Escudé & Olmo, 2019, dentre outros).

Problematicamente, atualmente, no Brasil, tem-se um ensino voltado única e estritamente à língua-alvo, deixando de lado, inclusive, suas próprias variedades e, sobretudo, as demais línguas, essas ditas como Estrangeira. A diversidade linguística e cultural presente nas escolas exige (Bortoni-Ricardo, 2005, 2008; Faneca, 2018), da parte dos professores, uma competência profissional que lhes permita construir práticas pedagógico-didáticas renovadas. O presente trabalho objetiva responder e refletir sobre a seguinte questão: “qual é a contribuição que a DP pode trazer para o ensino de Língua Portuguesa?”. Assim, a noção de Educação Plurilíngue e Intercultural, baseada em uma DP, pode ser uma perspectiva para uma resposta didática, entre outras possíveis, às necessidades da escola e de seus principais atores, os alunos e os professores. Essa noção é resultado de uma mudança de paradigma que ocorreu ao longo do tempo no ensino de Língua Portuguesa, por meio de uma série de mudanças que alteraram profundamente e contribuíram para a evolução da concepção tradicional monolíngue de aprendizagem de Língua Portuguesa para uma concepção que abordamos neste trabalho, uma concepção plurilíngue. Uma Didática monocentrada que separa as Línguas em domínios claramente diferenciados, não relacionados entre si e caracterizados por didáticas diferentes (didática de LE e de Línguas: regionais/minoritárias/escolarização/clássicas/ prestigiadas), deve ser mudada para uma concepção descompartimentada e holística das línguas que, sem negar as diferenças em seu status normativo, cognitivo e suas implicações didáticas, lhe conceda um espaço de igual prestígio em sala de aula. Em outras palavras, é preciso olhar para as línguas dos repertórios dos alunos (falantes de línguas regionais/minoritárias, de migração, de variedades não padronizadas/não legítimas na escola – da língua de escolarização) mesmo quando não sejam objeto de ensino. Espera-se, assim, contribuir com uma reflexão pedagógico-didática de como essas abordagens podem emergir nas aulas de Língua Portuguesa, pensando numa formação plural dos sujeitos, promovendo uma Educação Linguística.

GT2: Metodologia de pesquisa construtivo-interptetativa

Autores: Vanessa de Assis Araujo

Resumo: Este trabalho visa apresentar a Metodologia Construtivo-interpretativa (doravante, MCI), desenvolvida pelo psicólogo cubano González Rey (2017) para o estudo da subjetividade humana. A MCI faz parte do arcabouço teórico desse autor, juntamente com a Teoria da Subjetividade e a Epistemologia Qualitativa. A MCI tem caráter construtivo-interpretativo, dialógico, singular e se desenvolve a partir do próprio processo investigativo. Nela, a criação de recursos metodológicos objetiva incentivar a produção de expressões subjetivas por parte do participante de pesquisa. Tais produções são complexas e necessitam de recursos metodológicos distintos, flexíveis e adaptáveis às singularidades do participante. Procedimentos e instrumentos de pesquisa são elaborados no curso da investigação para possibilitar melhor expressão do participante como, por exemplo, situações conversacionais; produções pictoriais; objetos, músicas, poemas ou vídeos de valor simbólico-emocional para o participante; complementos de tópicos; cenário de pesquisa; vivência participante do pesquisador; diário de pesquisa, entre outros. Desse modo, a investigação é compreendida como um processo de construção ativa e criativa, cujas hipóteses não existem à priori, mas são construídas e reconstruídas ao longo da pesquisa. Esclarece-se que a proposição deste trabalho se alinha à sugestão de Moita Lopes (2006) acerca da integração de teorizações alicerçadas em concepções sobre a natureza do sujeito social com implicações epistemológicas a uma Linguística Aplicada (LA) indisciplinar, bem como na concepção de Schmitz (2008) sobre a condição sine qua non de inter e transdisciplinaridade da LA.

GT3: Machine learning e processamento de linguagem natural: como ensinar máquinas a “entender” humanos

Autores: Denis Ramón Fúnes Flores

Resumo: O avanço do Machine Learning (ML) e do Processamento de Linguagem Natural (PLN) tem revolucionado a interação entre humanos e máquinas, permitindo que computadores interpretem e produzam linguagem de forma cada vez mais sofisticada. Este artigo explora os fundamentos teóricos e metodológicos que possibilitam esse progresso, abordando as técnicas de aprendizado de máquina utilizadas no treinamento de modelos de PLN. São analisadas as principais aplicações da tecnologia, como chatbots, assistentes virtuais e sistemas de tradução automática, bem como seus impactos na comunicação digital e automação. A pesquisa também discute desafios como a ambiguidade da linguagem e a dependência de grandes volumes de dados para a obtenção de alta precisão. A partir de uma revisão da literatura e análise experimental de modelos baseados em redes neurais profundas e transformers, o artigo apresenta os resultados mais recentes da área, apontando tendências futuras e implicações sociais e éticas. A conclusão ressalta a crescente influência do PLN na sociedade e destaca a necessidade de aprimoramento contínuo das técnicas para garantir interações mais precisas, acessíveis e éticas.

GT4: Multiletramentos em língua inglesa: desafios do professor da escola pública contemporânea

Autores: Ruth Aires Dias Teles

Resumo: O mundo da atualidade está em constante mudança em função da intensificação no uso das Tecnologias Digitais que influenciam de forma significativa o ensino de língua inglesa. Deste modo, os estudantes e os professores das escolas públicas brasileiras compartilham conhecimento de forma mais ágil e eficiente nas redes sociais e plataformas de aprendizagem, por serem gratuitas e oferecerem uma série de opções compartilhamento de arquivos em diferentes formatos tais como: vídeos, áudios, imagens, PDFs, entre outros. Diante disso, este artigo visa entender os rumos que o ensino de Língua Inglesa como adicional, procurando descrever os trajetos multidirecionais que levam ao multiletramento dos alunos ao ingressar ao mundo das redes sociais. Assim, pretende-se procurar saber até que ponto as redes sociais como: WHATSAPP, FACEBOOK, INSTAGRAM, MOODLE, entre outros, podem ser eficientes na aprendizagem desta língua, auxiliando o professor nesta tarefa. Para fazer isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em trabalhos acadêmicos realizados em diversas universidades brasileiras, reunindo informações que podem ser úteis para outros professores das escolas públicas. Alguns resultados mostram que o compartilhamento de conteúdos em arquivos de diferentes formatos, assim como a interação por meio de mensagem de texto, ajuda a agilizar o processo de aprendizagem destes alunos, facilitando o seu ingresso à universidade através do sucesso em exames de admissão como vestibulares e o Exame Nacional para o Ensino Médio – ENEM.

Com isso, pode-se concluir que são necessárias pesquisas científicas para aprimorar o uso destas ferramentas, para poder fazer um planejamento melhor deste processo no futuro.

GT5: A análise do discurso na contemporaneidade: mecanismos de controle, poder e produção de verdade

Autores: Henrique Magalhães de Souza; Luzia Lochetti

Resumo: Na conferência “A Ordem do Discurso”, proferida em sua aula inaugural no Collège de France em 1970, Michel Foucault propõe uma reflexão crítica sobre os mecanismos que controlam a produção, a circulação e a legitimidade dos discursos na sociedade. Ao invés de entender o discurso apenas como um veículo neutro da linguagem ou como expressão de pensamento, Foucault o analisa como um campo de disputa, atravessado por relações de poder e saber. Seu objetivo é mostrar que não se pode dizer qualquer coisa em qualquer lugar, a qualquer momento: há regras invisíveis que regulam quem pode falar, o que pode ser dito, em quais contextos e com quais efeitos. Para desenvolver essa análise, Foucault adota uma metodologia genealógica, voltada a investigar as práticas sociais, institucionais e históricas que produzem e delimitam os discursos. Ele identifica tanto mecanismos externos de exclusão — como a interdição de certos temas, a separação entre razão e loucura ou a imposição de uma vontade de verdade — quanto procedimentos internos de controle, como a figura do autor, o comentário e as disciplinas científicas. Os resultados apontam para a existência de uma complexa rede de restrições que afetam a liberdade de dizer e de pensar. Mesmo nas sociedades modernas, onde o discurso parece livre e valorizado, ele continua submetido a dispositivos de controle que refletem e perpetuam relações de poder. Diante disso, conclui-se que a análise crítica do discurso é essencial na contemporaneidade. Mais do que nunca, compreender quem fala, de onde fala e com qual autoridade é indispensável para desmascarar as estruturas que sustentam o saber dominante e para abrir espaço a outras vozes e formas de conhecimento.

GT 6: Multiletramentos em língua inglesa: desafios do professor da escola pública contemporânea

Autores: Denis Ramón Fúnes Flores

Resumo: O mundo da atualidade está em constante mudança em função da intensificação no uso das Tecnologias Digitais que influenciam de forma significativa o ensino de língua inglesa. Deste modo, os estudantes e os professores das escolas públicas brasileiras compartilham conhecimento de forma mais ágil e eficiente nas redes sociais e plataformas de aprendizagem, por serem gratuitas e oferecerem uma série de opções compartilhamento de arquivos em diferentes formatos tais como: vídeos, áudios, imagens, PDFs, entre outros. Diante disso, este artigo visa entender os rumos que o ensino de Língua Inglesa como adicional, procurando descrever os trajetos multidirecionais que levam ao multiletramento dos alunos ao ingressar ao mundo das redes sociais. Assim, pretende-se procurar saber até que ponto as redes sociais como: WHATSAPP, FACEBOOK, INSTAGRAM, MOODLE, entre outros, podem ser eficientes na aprendizagem desta língua, auxiliando o professor nesta tarefa. Para fazer isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em trabalhos acadêmicos realizados em diversas universidades brasileiras, reunindo informações que podem ser úteis para outros professores das escolas públicas. Alguns resultados mostram que o compartilhamento de conteúdos em arquivos de diferentes formatos, assim como a interação por meio de mensagem de texto, ajuda a agilizar o processo de aprendizagem destes alunos, facilitando o seu ingresso à universidade através do sucesso em exames de admissão como vestibulares e o Exame Nacional para o Ensino Médio – ENEM.

Com isso, pode-se concluir que são necessárias pesquisas científicas para aprimorar o uso destas ferramentas, para poder fazer um planejamento melhor deste processo no futuro.

GT7: Educação profissional e tecnológica no sul global

Autores: Marcos José Andrighetto; Silvia de Siqueira

Resumo: Promover a discussão crítica sobre a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no Sul Global, evidenciando os desafios e possibilidades a partir de perspectivas decoloniais, multilíngues e tecnologicamente engajadas, com foco na justiça social, equidade e emancipação dos trabalhadores nos países periféricos.

GT8: Interseccionalidade, identidades e alteridade na educação linguística: representações de negras professoras em escolas públicas de Campinas - SP

Autores: Debora Sena Scuira

Resumo: Partindo da compreensão de que as representações identitárias de negras professoras em escolas públicas de Campinas–SP. Esse estudo traz questões relacionadas a interseccionalidade de raça, gênero e classe social a partir da teoria da educação linguística crítica. As contribuições são fundamentadas autores como Patricia Hill Collins (2019), Paulo Freire (1987), Kleber Silva (2021), Conceição Evaristo (2020) e Mikhail Bakhtin (1992), essa investigação utiliza uma abordagem qualitativa, interpretativa e crítica, construída por meio de uma triangulação metodológica que consiste em entrevistas semiestruturadas, diário de campo e escuta alteritária. O objetivo é analisar como negras professoras refletem e colocam questões como identidades, o direito de fala, educação dialógica alteritária e as (escre)vivências como narrativa de resistência na escola. Os resultados apontam que, mesmo com os desafios impostos por estruturas racistas e sociais, as negras professoras, mantém um papel ativo na promoção de uma educação crítica e representativa. Este trabalho engrandece o debate acadêmico ao ressaltar a importância da escuta alteritária, do dialogismo e da valorização das experiências dessas educadoras do ensino público, reforçando a necessidade de políticas públicas educacionais antirracistas e inclusivas.

GT9: Produção de imagem macro meme amparada por designing colaborativo em ambiente digital

Autores: Manuela da Silva Alencar de Souza

Resumo: Vive-se uma era em que a interação por conectividade e a colaboração estão presentes em diversos campos da sociedade, de modo que o ensino-aprendizagem de inglês como língua adicional passou a requerer novos formatos de elaboração de aulas, necessitando, para isso, da seleção de textos autênticos encontrados no universo da comunicação contemporânea globalizada, bem como do desenvolvimento de novos modos de aprender com as tecnologias digitais que já fazem parte da rotina de alunos e professores. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar o recorte de resultado de uma pesquisa de doutorado realizada entre 2020 e 2024, em contexto de Educação de Jovens e Adultos Integrada ao Ensino Profissional e Tecnológico, no qual foi desenvolvido um worshop de produção colaborativa do gênero digital meme. Com base nos conceitos de colaboração e mediação da Teoria Sociocultural (Vygotsky, 1978; Lantolf, 2000; Lantolf; Thorne, 2006; Lantolf et al., 2015; Figueiredo, 2019), o estudo emprega abordagem qualitativa, pois busca interpretar, através de uma pesquisa-ação, o recorte de dados em que é possível observar a interação decorrente do diálogo colaborativo que ocasiona o designing (Kalantzis; Cope; Pinheiro, 2020) colaborativo (Souza, 2024) entre os participantes. Metodologicamente, tanto para a elaboração quanto para a oferta do workshop aos estudantes, foram utilizadas Tecnologias Digitais – tais como: Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle, WhatsApp, Google Meet, Google tradutor, Grammarly, Oxford Learner’s Dictionaries, Meme Generator ZomboDroid – que oportunizaram a interação entre os estudantes e a professora-pesquisadora, a gravação dos encontros, como também a produção de image macro memes em língua inglesa. Os resultados indicam que a produção do image macro meme pode ser uma proposta facilitadora no ensino-aprendizagem de inglês como língua adicional, pois ele pode representar uma cena semiótica compartilhada por professor e aluno e, desse modo, promover uma experiência de ensino-aprendizagem mais significativa e democrática.

GT10: Linguagem e (multi)letramentos: um estudo dialógico do pensamento freireano e vygotskyano

Autores: Carla Conti de Freitas; Nilceia Bueno de Oliveira; Olira Saraiva Rodrigues; Rosana Helena Nunes.

Resumo: Este Grupo de Trabalho (GT) tem a pretensão de estabelecer um diálogo do pensamento freireano e vygotskyano em relação às práticas de linguagem. A partir do conceito de inédito-viável (FREIRE, 1987) e aprendizagem como processo social (VYGOTSKY, 2000), pode-se pensar em uma educação como prática de liberdade e interação social para o ensino de línguas. Paulo Freire (1987), ao conceber que os homens enfrentam diferentes situações-limite para chegar à consciência de si e à consciência do mundo porque são um “corpo consciente”, numa relação dialética entre os condicionamentos e sua liberdade, o inédito-viável é algo entre a fronteira do ser e o mais ser como algo que se define na práxis social como ação concretizadora e transformadora. Nessa perspectiva, o GT propõe discutir a manifestação de (Multi)Letramentos à luz de referenciais teórico-metodológicos basilares como Freire (1987), Vygotsky (200o), Monte-Mór (2015), Liberali (2022), Kalantzis, Cope e Pinheiro (2020), entre outros, nas diversas manifestações que permeiam a linguagem, seja nos gêneros discursivos, na formação de professores, no uso dos recursos de inteligência artificial, na cultura digital etc. Em tempos de algoritmos e redes sociais, mais do que nunca, é urgente um debate ético sobre o uso da linguagem, uma vez que sem reflexão crítica, a tecnologia da linguagem pode desumanizar, distorcer a verdade e legitimar práticas perigosas. A linguagem, afinal, é o que nos constitui como humanos — e sua proteção passa pelo uso consciente, reflexivo e responsável. Com efeito, a proposta é a de refletir de que maneira a linguagem, como espaço de resistência ética, política e emancipatória, pode manifestar-se a partir de diferentes estudos em diferentes praxiologias suleares, como a adotada por esse grupo de pesquisadoras, com vistas à transformação social.

GT11: Carta argumentativa em contexto multimodal: ensino de leitura e escrita como prática reflexiva

Autores: Roberta Baffa Andrade; Marta Cristina da Silva

Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir uma proposta pedagógica com uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública que articula a leitura literária com práticas de produção textual e construção de sentidos por meio da ênfase na multimodalidade. As atividades foram desenvolvidas a partir da leitura orientada da obra “O Príncipe e o Mendigo”, de Mark Twain, e teve como produto final a elaboração de uma carta argumentativa, direcionada ao rei Eduardo VI, personagem central da narrativa.

Na carta, os alunos deveriam defender um ponto de vista sobre as desigualdades sociais retratadas, solicitando melhorias para a população pobre. A proposta justifica-se pela necessidade de promover, no contexto escolar, práticas de letramento alinhadas às demandas contemporâneas que exigem não apenas domínio da escrita, mas também a capacidade de articular diferentes modos semióticos — como linguagem verbal, visual, espacial e digital — no processo de “orquestração de significados”, conforme os princípios teórico-metodológicos da Semiótica Social descritos por Kress (2010) e o conceito de multiletramentos do Grupo de Nova Londres (1996); Kalantzis; Cope; Pinheiro (2020). Além da linguagem escrita, os alunos foram desafiados a explorar recursos visuais e tecnológicos, incorporando elementos gráficos, tipográficos, iconográficos e digitais que conferiam maior expressividade, coerência e impacto comunicativo às produções. Dessa forma, promoveu-se um ambiente de aprendizagem que estimulou o pensamento crítico, a reflexão sobre temas como justiça, empatia e desigualdade social, ao mesmo tempo em que se desenvolviam competências linguísticas e discursivas. Os resultados dessa intervenção pedagógica revelaram avanços significativos na construção da autoria, na argumentação, na escrita do gênero e na apropriação de práticas discursivas multimodais por parte dos estudantes, como também indicaram o potencial da proposta para explorar a leitura e a produção em sua dimensão histórico-social, alinhando-se às diretrizes contemporâneas para o ensino de Língua Portuguesa.

GT12: Do local ao global: multiplicidade de saberes e internacionalização do currículo no ensino superior

Autores: José Carlos Barbosa Lopes

Resumo: Esta comunicação discute um Projeto Colaborativo Internacional (PCI) entre estudantes brasileiros e norte-americanos no Ensino Superior, realizado em inglês e mediado por ferramentas tecnológicas. O foco da experiência foi a formação de recursos que permitiram aos alunos colaborar em contextos acadêmicos e profissionais, além de seu desenvolvimento humano de modo a transformar realidades. Os recursos estão alinhados ao conceito de patrimônio vivencial, o qual envolve práticas interculturais a partir de experiências vividas em diversas dimensões temporais e espaciais. Os estudantes, provenientes de diferentes áreas profissionais, puderam integrar sua ecologia de saberes, experiências de vida e práticas de linguagem, como uma forma de engajamento e responsabilidade social. Os resultados indicam que os alunos despertaram para uma maior consciência de sua identidade e conexão com a comunidade global, em virtude da postura pedagógica crítica adotada por meio do Multiletramento Engajado. O PCI permitiu que os estudantes aprendessem mais sobre si mesmos e sobre os outros por meio de interações virtuais em inglês, desafiando sua autonomia e mobilidade para desempenhar papéis variados nos grupos de trabalho no PCI. Eles acessaram e expandiram os recursos do patrimônio vivencial como repertório, translinguagem e conhecimentos prévios para a realização de atividades no contexto acadêmico, tendo em vista sua atuação profissional na área escolhida além de seu papel como cidadãos no mundo. Essa abordagem buscou a articulação da multiplicidade de recursos que refletem as práticas de linguagem no intuito de mobilizar a reflexão e a ação em situações da vida real, ao invés de simplesmente absorver conteúdos acadêmicos para reproduzir em avaliações. Dessa forma, o PCI promoveu uma postura crítica e criativa em relação à internacionalização do currículo no Ensino Superior, permitindo que os estudantes vivenciassem a interculturalidade e vislumbrassem alternativas para o engajamento social, principalmente no período da pandemia de Covid-19, quando o PCI teve início.

GT13: Bases pragmáticas da comunicação não-violenta

Autores: Pablo Picasso Feliciano de Faria

Resumo: A Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma abordagem prática para a comunicação desenvolvida pelo psicólogo estadunidense Marshall Bertram Rosenberg, com raízes na psicologia humanista, no estudo de religiões comparadas, na antropologia, na filosofia e no ativismo não-violento de figuras como Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr.

Os princípios da CNV visam promover uma comunicação assertiva, emancipatória e não-violenta. Ao aprofundar nos princípios da CNV e no modelo que esta propõe para a comunicação, ficou aparente para mim a relação possível entre essa abordagem e a teoria pragmática, especialmente no que diz respeito às máximas da conversação de Paul Grice (e suas revisões posteriores) e na teoria dos atos de fala.

Fazendo um exercício similar ao de Grice, eu poderia parafrasear algumas máximas da CNV da seguinte forma: “seja objetivo”, isto é, descreva comportamentos e situações sem misturar aí suas próprias avaliações e interpretações; “seja pessoal”, isto é, ao avaliar, foque em comunicar seu próprio estado emocional e suas necessidades; e, como exemplo derradeiro, “faça pedidos em linguagem positiva”, isto é, evite pedidos que envolvam a negação de algo. Quanto à teoria dos atos de fala, Rosenberg tece uma série de considerações sobre consequências de certos hábitos de comunicação arraigados em nossa cultura que poderiam ser vistas como efeitos perlocucionários.

Por exemplo, exigências teriam o efeito de reduzir as opções do interlocutor à submissão ou à rebelião.

Rosenberg não dialoga diretamente com a linguística em seus escritos. Portanto, nesta comunicação me convido a dar um passo nessa direção, explorando, de modo ainda bastante inicial e exploratório, a relação entre a CNV e a pragmática. Vejo na CNV uma abordagem interessantíssima para políticas para promoção de internacionalização, interculturalidade e emancipação. Espero, neste primeiro e modesto passo, trazer elementos que propiciem uma boa troca com o público, um “pensar juntos”.

GT14: Fanfiction em sala de aula: possibilidades e desafios para o ensino de língua portuguesa

Autores: Maria Célia Rodrigues da Silva Adegas; Valéria Crístian Soares Ramos da Silva

Resumo: A integração da fanfiction como recurso pedagógico nas aulas de Língua Portuguesa pode ampliar a capacidade de aprendizagem dos alunos e tornar as aulas mais significativas. Este estudo descreve e interpreta uma experiência de letramento digital por meio do uso de fanfiction, com enfoque na adaptação dessa prática social multiletrada para as aulas de Língua Portuguesa. O objetivo da pesquisa foi discutir a relação entre leitura e escrita no espaço da sala de aula da terceira série do ensino médio, com o intuito de corroborar para dinamizar as aulas de língua portuguesa por meio do uso de fanfiction. A metodologia adotada foi a pesquisa-ação, e como aporte teórico destacam-se no campo de leitura e escrita Geraldi Geraldi (1997, 2010, 2013, 2014), Franchi (1994) e Antunes (2005), no campo do letramento e múltiplos letramentos Soares (2002, 2015); Kleiman (1996, 2006); Rojo (2004, 2009, 2012, 20013, 2015) Tfouni (1997) bem como documentos oficiais que legislam sobre a educação no Brasil. Os resultados demonstraram que o uso de fanfics em sala de aula pode revelar novas práticas de ensino, apontando novos horizontes para processos cognitivos e formas de conhecimento. Esse estudo evidenciou a necessidade de adequação das aulas de língua portuguesa ao contexto da atualidade que envolve possibilidades e desafios de uso de novas metodologias nas aulas de Língua Portuguesa.

GT15: Currículo, linguagem e tecnologias em contextos de internacionalização na educação básica e superior

Autores: Lucas Araujo Chagas; Marina Mello de M. F. de Souza

Resumo: A internacionalização da educação tem se consolidado como um movimento cultural e político crescente no cenário brasileiro. Com efeito, ela passou a impactar as práticas linguageiras, os currículos, as identidades e as finalidades das instituições educacionais, assim como o ethos e modo de organização de seus atores e comportamentos linguísticos e tecnológicos. Tendo em vista a necessidade de aprofundar reflexões sobre essas questões, este dossiê tem como objetivo reunir textos que problematizam a internacionalização na educação como uma prática situada, atravessada por disputas epistemológicas, políticas, linguísticas, tecnológicas e sociais advindas dos diversos campos de investigação. As reflexões podem abarcar temas como a aquisição e desenvolvimento da(s) lingua(gem)s em contextos afetados pelas praxeologias da internacionalização na educação; letramentos, multiletramentos e tecnologias aliadas à implementação e desenvolvimento ambientes educacionais internacionalizados; práticas de COIL, teletandem e intercâmbios virtuais; os discursos efervescentes dos movimentos de internacionalização na educação; as Políticas Linguísticas para a internacionalização na educação; os aspectos subjetivos, tecnológicos, identitários e de letramento que permeiam a internacionalização na educação; formação de professores de línguas, linguistas e demais profissionais a partir das praxiologias de internacionalização na educação; estudos de caso que tematizem a pluralidade epistêmica, direitos e justiça social atrelados à internacionalização na educação; e pesquisas inter, multi e trandsiciplinares que abordem a relação entre lingua(gem)s, internacionalização na educação, migração, decolonialidade e deslocamentos sociais; dentre outros.

GT16: Linguística aplicada crítica e literatura de resistência em (con)fluência: gritos, gretas e semeaduras como territórios da decolonialidade
Autores: Amilton José Freire de Queiroz Queiroz; Grassinete Carioca de Albuquerque Oliveira; André Effgen de Aguiar; Victor Santiago

Resumo: Este grupo de trabalho tem por objetivo tratar da Colonialidade da Linguagem e a fratura necessária: a noção de lócus enunciativo como dispositivo decolonial, recepcionando propostas de comunicação que pautem como a colonialidade se manifesta por meio da Linguagem, especificamente no campo do saber, pois a longa tradição do cientificismo e do eurocentrismo deu origem a uma ideia de universalismo abstrato. Esse, por sua vez, marca não apenas como se dá a produção do conhecimento, como também atua em outros aspectos da vida humana, como na política, economia, cultura e na relação com a natureza (Bernardino-Costa, Maldonado-Torres e Grosfoguel, 2018). O GT, ao propor fazer girar as reflexões sobre as linguagens decoloniais: com “gritos, gretas e semeaduras”, dialoga com as discussões apresentadas por Catherine Walsh (2017; 2019; 2023) ao argumentar que a decolonialidade, enquanto pedagogia que busca semear, cultivar e expandir o conhecimento, promovendo a interligação entre as pessoas, não é uma teoria a seguir, mas um projeto a assumir e uma práxis para caminhar (Walsh, 2017). Mais ainda, o GT será um lugar para potencializar a decolonialidade na/para a educação transformadora. Isto é, aquela engajada na ruptura das fronteiras disciplinares, na criação de uma nova linguagem, “na descentralização da autoridade e na reescrita das áreas limítrofes institucionais e discursivas onde a política se torna um pré-requisito para reafirmar a relação entre atividade, poder e luta” (Giroux; McLaren, 1994, p. 10). O GT coloca-se, pois, como um lugar crítico-colaborativo para Catherine Walsh (2013), as pedagogias são práticas, estratégias, metodologias que, entrelaçadas, são construídas, tecidas na resistência e na oposição, como insurgência, afirmação, re-existência e re-humanização. Por isso, O GT apresenta-se enquanto uma prática de insurgência, (re)existência e (com)fluência do trabalho pedagógico com produções literárias, linguagens e alteridades de grupos subalternizados, essas que têm suas vozes silenciadas perante o cânone literário, científico e epistemológico e que não ecoam em espaços de poder como a mídia, a sala de aula e em materiais didáticos para serem lidas, discutidas, visibilizadas. O GT investe, pois, na recepção, circulação e divulgação da desaprendizagem (Spiviak, 1985; Fabrício, 2006), da transgressividade (Pennycook, 2006), da IN-disciplina (Moita Lopes, 2006). Por isso mesmo, GT torna-se um lugar para rever nossa práxis educativa, rever nossos valores e crenças, rever o conhecimento adquirido e rever a nossa própria RE-Existência como professores(as)-pesquisadores(as) que não apenas sugerem, mas vivenciam a potência de gritos, gretas e grãos das literaturas-línguas-linguagens das pessoas subalternizadas, marginalizadas e silenciadas na vida-escola-universidade de Brasil, América Latina, mundo.

GT17: A integração da língua portuguesa e a geografia para um letramento racial em uma escola de influência agrária: o exemplo do Instituto Federal Fluminense no município de Bom Jesus do Itabapoana (RJ)

Autores: Wedson Felipe Cabral Pacheco; Karina Hernandes Neves; Maria Otilia Moura Gomes Andrade

Resumo: O Campus Bom Jesus do Itabapoana está localizado no noroeste do estado do Rio de Janeiro em seu interior e integra, desde 2008, os quadros do Instituto Federal Fluminense. Atualmente o campus é conhecido pelas suas características rurais e conta com os cursos técnicos integrados ao ensino médio nas áreas de Agropecuária, Alimentos, Informática, Meio Ambiente e Química. A implementação do letramento racial em uma escola agrária promove uma reflexão crítica sobre as questões raciais entre os estudantes. No entanto, é importante considerar os desafios e oportunidades específicos desse contexto agrário e como podem ter dinâmicas sociais e culturais distintas das áreas urbanas. O objetivo geral deste trabalho é abordar sobre as ações decoloniais do campus Bom Jesus do Itabapoana no recorte temporal (2023-2024) em forma conjunta entre a Língua Portuguesa e a Geografia para alunos. Já os objetivos específicos visam: entender o que é um ebó epistêmico na prática escolar; mostrar conceitos importantes como raça, geografia decolonial e linguagem antirracista; compreender a importância do letramento racial efetiva no ano letivo para os alunos.

Como metodologia foram utilizados livros que pudessem ser trabalhos a Linguagem de forma interdisciplinar com estudos de raça para os discentes, além de entrevistas e aplicação de questionários no início e final do ano letivo com os estudantes, para identificar a raça ou cor: preta, parda, branca, amarela e indígena, de acordo com as cinco categorias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Percebe-se como resultado, uma maior conscientização racial no final das atividades e um aumento de número de alunos que antes não se consideravam pretos ou pardos, se autodeclarando como negros. Por fim, entende-se que implementar o letramento racial em uma escola agrária pode ser um desafio, mas também oferece oportunidades significativas para promover a conscientização e a reflexão crítica.

GT18: Reforma agrária no brasil: análise enunciativa e polêmica

Autores: Soraya Maranhão Bagio

Resumo: A análise de dois discursos sobre a reforma agrária no Brasil — o jurídico, representado pela Lei no 8.629/1993, e o social, expresso na fala de uma acampada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) — revela disputas ideológicas em torno da função social da terra. O estudo tem como objetivo compreender os sentidos produzidos por esses discursos e como eles refletem diferentes posicionamentos sobre o uso e a posse da terra.

A abordagem teórico-metodológica fundamenta-se nos conceitos de enunciação e polêmica, conforme a perspectiva da análise do discurso, e utiliza como corpus o texto legal e uma entrevista realizada durante manifestação no Estado de Mato Grosso. A comparação entre os enunciados evidencia que o discurso jurídico adota uma linguagem técnica, normativa e impessoal, marcada por polêmicas veladas que tendem a excluir os sujeitos sociais do debate. Em contrapartida, o discurso da acampada apresenta uma enunciação vivencial, coletiva e engajada, com presença de polêmicas abertas e veladas, que denunciam injustiças e reivindicam direitos historicamente negados. Os resultados indicam que o discurso jurídico silencia experiências concretas dos trabalhadores rurais ao tratar a função social da terra como um critério legal e abstrato, enquanto o discurso social ressignifica essa função como direito à vida, dignidade e trabalho. A análise demonstra que os sentidos produzidos por esses discursos não são neutros, mas refletem posições ideológicas em disputa, revelando a linguagem como espaço de embate simbólico e político no contexto da reforma agrária brasileira.

GT19: Tecnologias digitais e formação de professores

Autores: Rosane Aragon; Crediné Silva de Menezes

Resumo: O Grupo de Trabalho “Tecnologias Digitais e Formação de Professores” propõe-se como um espaço de diálogo crítico e situado sobre os modos como as tecnologias digitais têm sido incorporadas aos processos de formação docente, sobretudo em contextos atravessados por desigualdades sociotécnicas e epistemológicas no Sul Global. O GT visa reunir estudos, experiências e propostas que explorem a interface entre tecnologias digitais e práticas formativas, desde a formação inicial até a continuada, em diferentes modalidades e níveis de ensino. Ancorado em referenciais críticos, decoloniais e inclusivos, o GT acolherá trabalhos que analisem políticas públicas, currículos de licenciaturas, programas institucionais e práticas pedagógicas que envolvam o uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) na formação de professores. Especial atenção será dada a abordagens que, inspiradas pela Pedagogia Crítica e pelas Epistemologias do Sul (SANTOS, 2010; WALSH, 2009), compreendam as TDIC como mediações sociotécnicas capazes de promover autoria, equidade e justiça social. Nesse horizonte, destacam-se as contribuições das arquiteturas pedagógicas (ARAGÓN; MENEZES, 2015; 2021), concebidas como estruturas abertas, flexíveis e dialógicas que articulam intencionalidades formativas, sentidos pedagógicos e mediações tecnológicas de forma situada. Tais arquiteturas permitem o desenho de práticas educativas inovadoras, colaborativas e contextualizadas, promovendo experiências de aprendizagem emancipatórias que respondem aos desafios contemporâneos da formação docente. O GT busca, assim, contribuir para a (re)imaginação de futuros possíveis nos processos de formação de professores, com vistas ao fortalecimento da escola pública, à valorização de uma cultura digital crítica e ao enfrentamento das colonialidades que ainda atravessam o campo educacional. Serão valorizadas propostas que evidenciem articulações entre universidade, escola e comunidade, bem como aquelas que apresentem metodologias colaborativas, narrativas autoetnográficas, práticas inovadoras e experiências interinstitucionais em redes locais, nacionais ou internacionais.

GT20: Conhecimento docente e pensamento computacional: cartografias críticas na formação de professores em perspectiva decolonial

Autores: Fabiana Kurtz; Denilson Rodrigues da Silva; Maria Cristina Pansera de Araújo

Resumo: A formação docente, especialmente nos cursos de licenciatura, demanda abordagens capazes de integrar criticamente as tecnologias emergentes aos currículos. Este trabalho articula dados de pesquisas em andamento que dialogam com esse desafio a partir da investigação das representações e competências digitais de professores, com foco no pensamento computacional (PC) e nas políticas de formação inicial. Tal iniciativa se apoia em referenciais críticos e decoloniais, ancorados na teoria histórico-cultural e nos princípios dos multiletramentos. A metodologia adotada inclui revisão sistemática e análise textual discursiva. Para tanto, exploramos o modo como o PC é (ou não) compreendido e operacionalizado nos currículos e nas práticas formativas, em meio às diretrizes da BNCC e às tensões de implementação da Resolução CNE/CP 1/2020. Os resultados parciais indicam a prevalência de representações tecnicistas sobre o uso de tecnologias, dificultando abordagens mais epistemologicamente robustas. Apontamos a necessidade de reposicionar as competências digitais como construções culturais, políticas e contextuais, e não como mera instrumentalização técnica. Assim, propomos que a articulação entre TPACK e PC seja pensada como um eixo estruturante de políticas e práticas na formação docente, contribuindo para um currículo que promova inclusão, criticidade e inovação situada. Convidamos pesquisadores, professores e estudantes de graduação e pós-graduação (mestrado/doutorado) a submeterem trabalhos que discutam criticamente a formação docente, as tecnologias digitais, o pensamento computacional e a IA na educação, com base em perspectivas epistemológicas robustas, inclusivas e contextualizadas.

GT21: Multilinguismo ou múltiplo-monolinguismo? Decolonizando percepções de proficiência linguística em português como língua adicional para fins acadêmicos

Autores: Michele Saraiva Carilo; Cristina Becker Lopes Perna

Resumo: Países multilíngues, devido a políticas monolíngues de linguagem e de ensino de línguas, tendem a estabelecer línguas e/ou variedades linguísticas padronizadas dominantes como meio de instrução (MI) em todos os níveis educacionais.

Internacionalização ao redor do mundo tem priorizado o uso do inglês como MI em Instituições de Ensino Superior (IES), independentemente de seu status nacional (i.e., de facto, de jure ou nenhum dos dois), mas esse não é o caso da maioria das IES brasileiras – que cumprem com políticas linguísticas educacionais e mantêm variedades padronizadas do português brasileiro como principal ou único MI. Determinados níveis de proficiência em Português Brasileiro como Língua Adicional (PBLA), geralmente atestados pelo Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-BRAS), são exigidos de estudantes internacionais participantes de programas de mobilidade acadêmica no Brasil. Considerando os pressupostos teóricos monolíngues que fundamentam o exame Celpe-BRAS e seu forte efeito retroativo em currículos, materiais didáticos e avaliações relacionados ao PBLA, as identidades multilíngues e o pluriletramento dos estudantes internacionais tendem a ser suprimidos em salas de aula de PBLA. A fim de proporcionar a estudantes sul-americanos multilíngues oportunidades de aprendizagem linguística multilíngue que visem capacitá-los a participar em contextos acadêmicos no Brasil, esta comunicação apresenta uma discussão teórica sobre a importância de se apoiar no multilinguismo e no pluriletramento dos estudantes ao elaborar avaliações para cursos de PBLA para fins acadêmicos (PBLAFA). Com base em teorias e abordagens pedagógicas decolonizadoras e de translinguagem, propomos estruturas para o desenvolvimento e a avaliação de instrumentos avaliativos que vão além da definição do nível de proficiência monolíngue em PBLA. Além disso, ao focar no PBLAFA, pretendemos contribuir para os esforços contínuos das instituições de ensino superior sul-americanas na resistência a agendas de internacionalização anglocêntricas, ao mesmo tempo em que encorajamos os estudantes internacionais a expressarem suas identidades multilíngues.

GT22: O cinema como instrumento na formação engajada de professores

Autores: Sandra Santella de Sousa

Resumo: Em meio ao avanço das políticas conservadoras e neoliberais na educação, do currículo padronizado com resultados ideais impostos, das formas de avaliação para resultados e da pressão da vulnerabilidade social nas comunidades marginalizadas em que atuam os professores, o projeto cineclube é lugar de resistência. Nesse contexto, este trabalho apresenta uma breve contextualização da implantação do cineclube de educadores na região Noroeste da cidade de São Paulo. Temos como objetivo discutir a importância do cinema como instrumento na formação engajada de professores. Para isso, este trabalho está organizado da seguinte forma: primeiro, discorrer sobre o que é a formação docente sob a perspectiva da formação engajada, elucidadas pelo conceito de engajamento em Freire, colaboração crítica de Liberali e Magalhães, para depois prosseguir com o estudo do conceito da decolonialidade de Mignolo e Walsh. Os estudos se fundamentam nos conceitos centrais da Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural. A metodologia se organiza por meio da Pesquisa Crítica de Colaboração, na qual pesquisador e participantes atuam juntos na busca pela transformação dos contextos. Os dados foram coletados e produzidos por meio de gravações de áudio e vídeo e notas de campo da pesquisadora. O material foi descrito, analisado e interpretado na perspectiva enunciativo-linguístico-discursiva por meio da análise argumentativa. A pesquisa evidenciou a importância de temas como formação profissional, impacto emocional dos filmes, movimento estudantil,juventude, violência contra os jovens, questões de gênero e racismo. Esses tópicos revelam as complexidades do cenário educacional e social, sublinhando a necessidade de uma formação que reconheça e valorize a diversidade cultural e promova a justiça social.

GT23: Linguagem transfóbica anti-(não binária) para além dos pronomes: como a agência sociolinguística de criadores de conteúdo pode contribuir para avaliação de materiais didáticos para ensino e aprendizagem de línguas

Autores: Michele Saraiva Carilo

Resumo: Esta comunicação apresenta resultados de um projeto de pesquisa que questiona variedades padronizadas de quatro línguas românicas que priorizam formas linguísticas binárias. Com base em dados coletados através de etnografia digital crítica em quatro plataformas de mídia social (Facebook, Instagram, TikTok e X – anteriormente Twitter), textos escritos e orais produzidos e/ou compartilhados por 20 criadores de conteúdo cuja principal língua é o francês, italiano, português e/ou espanhol foram analisadas, com o objetivo de identificar usos padronizados e não-padronizados da linguagem inclusiva neutra e não-binária. Através de promoção explícita e usos implícitos da linguagem inclusiva não-binária, dois padrões principais de inovação lexical e práticas discursivas foram identificados: (1) substituição de léxico marcado por gênero por equivalentes neutros; (2) adaptação de léxico marcado por gênero em novo léxico não-binário, por meio da substituição das vogais binárias (por exemplo, os marcadores singulares masculino e feminino em italiano e português – “o” e “a”, respectivamente) por marcadores não-binários (como “ə” no italiano e “e” no português e espanhol). Compreendendo que a sala de aula de línguas pode ser um espaço privilegiado onde o ensino e a aprendizagem incentivam tanto a reflexão quanto o desenvolvimento de identidades novas e complexas — ampliando o exercício da cidadania, da participação social e da agência sociolinguística —, a noção freiriana de conscientização, o conceito bluteriano de gênero e o conceito foucaultiano de existência subjetiva fundamentam uma pedagogia entendida como (re)produção dialética e dialógica do conhecimento, com o objetivo de capacitar estudantes a usar e criar uma linguagem que represente suas identidades individuais e sociais e as de outras pessoas.

Para contribuir com o avanço da equidade de gênero e agência sociolinguística frente a usos transfóbicos anti-(não-binários) da linguagem, são feitas recomendações para a avaliação de práticas e materiais pedagógicos voltados ao ensino e à aprendizagem de línguas.

 

GT24: Linguística aplicada: ensino de línguas, práticas e pesquisas em movimento

Autores: Cleo Pletsch; Luciane Sturm; Jancileidi Hübner

Resumo: Esta comunicação apresenta resultados de um projeto de pesquisa que questiona variedades padronizadas de quatro línguas românicas que priorizam formas linguísticas binárias. Com base em dados coletados através de etnografia digital crítica em quatro plataformas de mídia social (Facebook, Instagram, TikTok e X – anteriormente Twitter), textos escritos e orais produzidos e/ou compartilhados por 20 criadores de conteúdo cuja principal língua é o francês, italiano, português e/ou espanhol foram analisadas, com o objetivo de identificar usos padronizados e não-padronizados da linguagem inclusiva neutra e não-binária. Através de promoção explícita e usos implícitos da linguagem inclusiva não-binária, dois padrões principais de inovação lexical e práticas discursivas foram identificados: (1) substituição de léxico marcado por gênero por equivalentes neutros; (2) adaptação de léxico marcado por gênero em novo léxico não-binário, por meio da substituição das vogais binárias (por exemplo, os marcadores singulares masculino e feminino em italiano e português – “o” e “a”, respectivamente) por marcadores não-binários (como “ə” no italiano e “e” no português e espanhol). Compreendendo que a sala de aula de línguas pode ser um espaço privilegiado onde o ensino e a aprendizagem incentivam tanto a reflexão quanto o desenvolvimento de identidades novas e complexas — ampliando o exercício da cidadania, da participação social e da agência sociolinguística —, a noção freiriana de conscientização, o conceito bluteriano de gênero e o conceito foucaultiano de existência subjetiva fundamentam uma pedagogia entendida como (re)produção dialética e dialógica do conhecimento, com o objetivo de capacitar estudantes a usar e criar uma linguagem que represente suas identidades individuais e sociais e as de outras pessoas.

Para contribuir com o avanço da equidade de gênero e agência sociolinguística frente a usos transfóbicos anti-(não-binários) da linguagem, são feitas recomendações para a avaliação de práticas e materiais pedagógicos voltados ao ensino e à aprendizagem de línguas.

 

GT25: Uma nova rota pluricultural para o livro didático de lingua portuguesa do século xxi

Autores: Maria de Fatima Berenice da Cruz

Resumo: Este trabalho tem como princípio a reflexão acerca da importância do Livro Didático na escola brasileira, estabelecendo um parâmetro contrastivo entre o nascimento do livro didático no Brasil no século XX com o seu rigoroso controle de produção e, por outro lado, as demandas oriundas dos movimentos sociais no século XXI por uma criação de um livro que atenda às necessidades de uma geração pluricultural. O trabalho examina no primeiro momento o processo legal da instituição do livro didático no Brasil, atentando para o estabelecimento na Educação brasileira de um material monocultural, justificando portanto o perfil reducionista atribuído ao livro didático. E no segundo momento o trabalho apresenta um estudo sobre uma coleção de livro didático de Língua Portuguesa, onde aparecem rotas de fuga do monoculturalismo do século XX, construindo aos poucos, através dos gêneros textuais, um material pluricultural com olhar voltado para a diversidade e, portanto, para uma educação antirracista.

GT26: Português além-fronteiras: encontros e trajetórias em contextos multilíngues

Autores: Luciane Sturm; Ana Souza; Camila Lira

Resumo: Em um mundo em constante transformação, a Língua Portuguesa percorre caminhos diversos, moldando experiências, interações e identidades. O ensino de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL) está consolidado como um campo de investigação de destaque no âmbito da Linguística Aplicada (LA) em diferentes contextos. Como exemplo, citamos famílias que buscam preservar laços linguísticos, culturais e identitários de seus/suas filhos/as que crescem em países onde a língua portuguesa não é predominante. O PFOL também tem se desenvolvido em contextos de migração, refúgio e deslocamento para o Brasil. Em contextos diplomáticos, acadêmicos e comerciais, português é ensinado como meio de comunicação com finalidades específicas.

Instituições educacionais em países com outras línguas têm inserido o Português em suas grades curriculares para a promoção de um repertório linguístico diversificado. Não menos importante, é o Português presente em regiões fronteiriças. Nas fronteiras entre o Brasil e os países vizinhos, por exemplo, há contato constante entre falantes de diferentes línguas com o envolvimento de comunicação intercultural. Nesse sentido, independente da designação – língua adicional, estrangeira, de acolhimento, de herança ou internacional – é certo que essa subárea da LA está em um momento de expansão, com a identificação de inúmeras problemáticas e questões a serem discutidas e investigadas. A língua de Camões, de Machado de Assis e de Mia Couto e de tantos outros representantes importantes, assume múltiplas funções e atravessa diversas realidades socioculturais, que demandam e utilizam abordagens de análise e de ensino. Além disso, entendemos que estudos que envolvem os idiomas e os ambiente multilíngues contribuem sobre maneira para fortalecer as metas estabelecidas a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em especial, Educação de Qualidade (ODS 4), Redução das Desigualdades (ODS 10), Paz, Justiça e Instituições Eficazes (ODS 16), Igualdade racial (ODS18), Arte, Cultura e Comunicação (ODS19) e Povos Originários e Comunidades Tradicionais (ODS 20). Diante disso, este GT tem como objetivo reunir pesquisadores, educadores e estudantes para discutir os avanços, as lacunas e as possibilidades de pesquisas, reflexões ou experiências relacionadas ao ensino e à aprendizagem de PFOL em diferentes espaços e modalidades. Também interessam estudos discursivos, de tradução ou versão, políticas linguísticas, formação de professores, além de reflexões sobre identidade, decolonialidade, pertencimento, assim como estudos que se relacionam às literaturas dos países de língua portuguesa. Ao reunir perspectivas diversas e acolher pesquisas de diferentes regiões do globo, este GT visa ampliar o debate sobre o PFOL em contextos multilíngues e seu lugar na construção de futuros possíveis.

Esperamos que as apresentações inspirem novos questionamentos e caminhos, ampliando as vozes que constroem e reinventam os modos de ensinar e aprender a língua, além de contribuir para a sua ressignificação em contextos transnacionais.

 
GT27: Implicações discursivas de materiais didáticos para um brasil decolonial

Autores: Renata de Souza Gomes; Simone Batista da Silva

Resumo: Este GT acolhe pesquisas que investiguem implicações em elaboração, implementação e ressignificação de materiais didáticos na área de linguagens nos diversos níveis, etapas e modalidades da educação brasileira, incluindo espaços não-escolares e educação bilíngue e multilíngue. Partimos da constatação da valiosa colaboração do ensino de línguas para reconfigurar paradigmas e ideologias colonialistas e também para reestruturar discursos que fortaleçam valores e princípios éticos, morais, democráticos de modo a fomentar práticas de empatia, solidariedade, colaboração, justiça social, justiça ambiental, entre outros. Materiais didáticos, por sua vez, podem ser importantes instrumentos pedagógicos para subsidiar o cotidiano escolar e permitir pensar a decolonialidade como prática (Walsh, 2018). Como objetos em constante reelaboração, materiais didáticos precisam dialogar com o período histórico-social em que se inserem e, ao mesmo tempo, vislumbrar tempos, contextos e espaços outros por meio do compromisso com as propostas teórico-metodológicas assumidas. Nesse sentido, a reflexão teórico-crítica sobre as implicações e possibilidades dos materiais didáticos no ensino de línguas é relevante para pensar os objetivos, trajetórias e encaminhamentos dos contextos educacionais. Por muitas décadas, a Linguística Aplicada, em seu perfil iluminista, manteve algumas temáticas apartadas de seu escopo científico (Menezes de Souza, 2018). A educação linguística crítica decolonial, porém, tem crucial relevância para a elaboração de uma sociedade brasileira mais justa. Por isso, recentemente, temas caros aos estudos linguísticos decoloniais emergiram: ecologia, educação ambiental, espiritualidades, saberes indígenas, africanos e quilombolas, justiça socioambiental, questões de gênero, raça e etnia. Assim, este GT aceita pesquisas básicas ou aplicadas, teóricas ou empíricas, finalizadas ou em andamento, que problematizem os modelos coloniais de material didático, assim como projetem possibilidades de elaboração e implementação de materiais didáticos outros que subsidiem a educação linguística crítica e decolonial, e que se ocupem em construir e solidificar discursos decoloniais em resistência ao colonialismo que atravessa a educação formal no país.

GT28: Linguagem, ensino e formação docente: perspectivas para o ensino de língua portuguesa

Autores: Marcos Helam Alves da Silva; Lília Brito da Silva

Resumo: Este simpósio temático tem como objetivo promover o diálogo entre pesquisadores, professores da educação básica, licenciandos e demais interessados em refletir sobre o ensino de Língua Portuguesa à luz das transformações teóricas, curriculares e socioculturais que marcam o cenário educacional brasileiro, especialmente, após as reformulações curriculares propostas pela BNCC (2017). Compreendendo a linguagem como prática social e o ensino como espaço de disputa de sentidos, a proposta busca discutir as múltiplas dimensões que envolvem o trabalho com a língua Portuguesa, o simpósio visa contribuir para o fortalecimento das práticas pedagógicas e da pesquisa na área, incentivando a produção de conhecimento que responda aos desafios reais da sala de aula e da sociedade contemporânea.portuguesa na escola, suas abordagens metodológicas, desafios políticos e possibilidades pedagógicas.

No contexto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), o ensino de Língua Portuguesa é concebido a partir de uma perspectiva discursiva e interacionista, centrada no trabalho com os gêneros textuais, na leitura crítica, na produção significativa de textos e na análise linguística em uso. No entanto, observa-se que, na prática escolar, muitas vezes ainda prevalecem metodologias tradicionais, normativas e descontextualizadas, que não dialogam com as vivências dos estudantes nem com a complexidade das práticas de linguagem contemporâneas. Assim, este simpósio pretende ser um espaço de escuta e partilha de experiências e saberes sobre práticas pedagógicas que envolvam a leitura, a escrita, a oralidade e a produção de textos. Serão acolhidas propostas que abordem temas como: ensino de gramática em contextos discursivos; análise de materiais didáticos; BNCC e formação docente; letramentos digitais e midiáticos; avaliação em Língua Portuguesa; entre outros temas ligados ao ensino de Língua Portuguesa. O simpósio acolherá comunicações teóricas e com resultados de práticas desde que dialoguem com a centralidade da linguagem na formação dos sujeitos e na construção de uma educação crítica, democrática e emancipadora. Ao reunir diferentes vozes e olhares sobre o ensino de Língua

GT29: Centros de línguas nos institutos federais: entre o possível e o desejado

Autores: Janete Teresinha Arnt; Stéphane Rodrigues Dias; Tamara Angélica Brudna da Rosa

Resumo: Este trabalho propõe a criação de um Grupo de Trabalho (GT) interinstitucional voltado à implementação e ao fortalecimento dos Centros de Línguas nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, com ênfase na articulação de políticas linguísticas críticas, plurais e socialmente engajadas. A iniciativa busca alinhar essas políticas aos princípios da internacionalização voltada ao Sul Global, com foco na promoção da equidade, da diversidade e da justiça social. A proposta emerge da constatação de que, apesar dos avanços significativos na institucionalização da política de internacionalização nesses institutos, ainda persiste uma carência de espaços sistemáticos e acessíveis para o ensino e a aprendizagem de línguas adicionais, especialmente aquelas orientadas à mobilidade acadêmica, à cidadania global, à inclusão sociolinguística e ao fortalecimento das identidades regionais, étnicas e raciais. O GT tem como objetivo geral fomentar um espaço permanente de diálogo, articulação e construção coletiva entre docentes, técnicos administrativos em educação, gestores e estudantes. Busca-se desenvolver uma rede colaborativa para a criação e o funcionamento de Centros de Línguas que sejam sensíveis às realidades locais e, ao mesmo tempo, conectados às demandas globais. A metodologia adotada está ancorada em princípios da pesquisa colaborativa e da Linguística Aplicada Crítica, por meio de encontros virtuais e presenciais, escutas sensíveis, análises documentais e compartilhamento de experiências. Entre os primeiros resultados, observa-se a existência de iniciativas exitosas, porém isoladas, que carecem de articulação institucional e respaldo em políticas públicas consistentes. Assim, o GT pretende mapear essas experiências e propor aos órgãos competentes a formulação de diretrizes nacionais para orientar os Centros de Línguas. Conclui-se que a criação desses centros representa uma ação estratégica para a construção de uma internacionalização crítica, inclusiva e situada, comprometida com a justiça linguística, social e cognitiva, promovendo uma formação integral e emancipadora dos sujeitos nos territórios historicamente marginalizados.

GT30: Multiletramentos e inteligência artificial nas práticas pedagógicas dos professores de português como língua adicional

Autores: Eliana Barbosa dos Santos

Resumo: Este artigo apresenta parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, dedicada à formação de professores de Português como Língua Adicional (PLA), com foco no uso crítico da Inteligência Artificial Generativa (IAGen) e na perspectiva dos multiletramentos. Fundamenta-se em diretrizes nacionais e internacionais sobre o uso ético da IA, como o Projeto de Lei 2.338/2023 e o Guia da UNESCO (2023), e articula os campos das competências digitais, da formação docente continuada e da ética algorítmica. O objetivo é analisar as percepções de professores universitários de PLA quanto ao uso da IAGen em suas práticas pedagógicas, considerando os desafios técnicos, éticos e socioculturais envolvidos. O estudo ancora-se teoricamente em autores como Cope e Kalantzis (2000), Rojo (2013), Moran (2013), Anstey e Bull (2018), Marzal (2023), Tardif (2002), Nóvoa (2010), Brandão (2017), Judd et al. (2001) e Lôpo Ramos (2023). A metodologia é qualitativa, com base interpretativista (Moita Lopes, 2008), inspirada na Pesquisa Crítica de Colaboração (PCCoL), e utiliza o modelo instrucional ROPES (Gagné, 1985), estruturado em cinco etapas: Review, Overview, Presentation, Exercises, Summary. Os resultados esperados apontam que a integração da IAGen nas práticas de ensino-aprendizagem de PLA, quando mediada por uma postura docente ética, sensível e tecnicamente preparada, pode favorecer uma educação mais inclusiva, contextualizada e alinhada à diversidade linguística e às subjetividades dos aprendizes.

GT31: Abordagens plurais para uma educação linguageira sulear

Autores: Paulo Roberto Massaro; Dllubia Sanclair; Kleber Aparecido da Silva

Resumo: Colocaremo-nos em debate para analisar abordagens plurais, a saber, as centradas na inter-relação entre línguas distintas exploradas em simultaneidade na sala de aula de línguas adicionais, tais como a intercompreensão entre línguas parentes e a translinguagem, entre outras. Procuraremos (des)construir criticamente nossas perspectivas analíticas bem como nossas vivências práticas a múltiplas vozes, pois, conforme aponta Rajagopalan (2003), só é possível construir ontoepistemes na relação entre pesquisadores, pesquisa e experiência vivida. Conscientes de que somos incontornavelmente marcados sócio historicamente por conotações político-ideológicas, optamos deliberadamente pelo giro no olhar que o Pensamento Decolonial impulsiona e pela orientação ética interpretativista da Linguística Aplicada Crítica, considerando que ambas as perspectivas suleares nos autorizam a romper com a suposta neutralidade científica eurocêntrica e a apresentar nossas próprias percepções localizadas, em busca de propostas plurais e democratizadoras de ensino multilíngue tanto na Educação Básica, quanto no Ensino Superior. Sob esse olhar ontoepistemológico que não almeja encontrar soluções fechadas, pretendemos problematizar a visão monolíngue que não só perpassa a educação linguística no Brasil, mas que por conseguinte apaga a diversidade de cenários multilíngues presentes em nossas escolas. Orientados pelos princípios interpretativistas da LAC, nossas análises evidenciam que, ao almejar uma educação lingística sulear, o ensino plurilíngue se torna fundamental, visto que favorece o acesso ao conhecimento, em busca de formas e sentidos que atravessam os indivíduos, agregando diversidades identitárias e linguístico-culturais, o que viabiliza tanto a (trans)formação dos interlocutores, quanto o desenvolvimento de competências metalinguísticas, fundadas no binômio similitude e diferenciação entre línguas, essencial à apropriação crítica de discursos em línguas Outras. Nesse sentido, convidamos ao diálogo crítico pesquisadores e professores em exercício na Educação Básica e/ou no Ensino Superior a propor trabalhos focalizando sejam os parâmetros teórico-metodológicos inerentes a abordagens plurais, sejam experiências práticas que demonstrem suas potencialidades para a educação línguistica e/ou linguageira.

GT32: Educação linguística crítico-dialógica: formação docente e ensino de línguas

Autores: Ricardo Regis de Almeida; Rodrigo Milhomem de Moura

Resumo: Esta proposta surge das inquietações dos dois professores-pesquisadores proponentes deste Grupo de Trabalho (GT) com relação à educação linguística. Com vistas a suplantar o dualismo ensino x aprendizagem e a própria educação bancária, amplamente denunciada por Paulo Freire em suas obras (Freire, 1968, 1992, 1993), a noção de educação linguística aqui defendida apresenta aspectos essenciais para o ato de educar, quais sejam: “a escuta amorosa, o diálogo autêntico (no sentido freireano), a problematização de temas sociais e políticos, a negociação de sentidos e as relações de alteridade que estabelecemos (ou deveríamos estabelecer) com nossos/as educandos/as” (Almeida; Moura, 2024, p. 1). Ainda compondo o aporte praxiológico que tem nos guiado, citamos os trabalhos de Bakhtin (2011, 2016), Pennycook (2001, 2004, 2012, 2021), Pessoa (2012, 2018, 2022) e Silvestre (2018). Nesse sentido, este GT busca acolher experiências docentes e discentes (em formação inicial) com a educação linguística de natureza crítica e dialógica, bem como resultados de pesquisas ou ações extensionistas voltadas à transformação social por meio da problematização de temas relacionados à raça/racismo, etnia, idade, sexualidade, gênero, classe social,língua[gem], entre outros. Além disso, o nosso GT se propõe como um espaço dialógico para professoras/es de línguas, pesquisadoras/es e estudantes que desejam compartilhar inquietações, práticas e saberes construídos em seus contextos de atuação e (re)existência. Acreditamos, dessa maneira, que partilhar experiências outras provenientes de diferentes contextos nos ajudarão a (re)pensar o ensino de línguas como um ato que reconhece os sujeitos em suas histórias, territorialidades e modos de existir.

Assim, ao final das interlocuções no GT, esperamos que a Educação Linguística Crítico-Dialógica se fortaleça entre as/os participantes como uma prática que valoriza a justiça social no Sul Global.

GT33: Cartografias da tradução no sul global: epistemologias, invisibilidades e resistências

Autores: Adriana dos Santos Sales; Natália Costa Leite

Resumo: Este grupo de trabalho busca acolher estudos que investiguem as implicações e atravessamentos das dimensões políticas, culturais, históricas e epistemológicas nos processos tradutórios, com especial atenção às dinâmicas de poder que incidem sobre a produção e circulação de saberes, discursos e práticas discursivas entre o Sul Global e outros contextos geopolíticos. Nesse contexto, serão aceitos trabalhos finalizados ou em andamento, que interroguem os regimes de visibilidade e invisibilidade de vozes e saberes marginalizados nos/dos atos tradutórios; os deslocamentos epistemológicos provocados pelos processos tradutórios; reflexões sobre práticas tradutórias que busquem resistir a lógicas coloniais e hegemônicas de produção, representação e circulação de saberes.

Também serão bem-vindas propostas que explorem metodologias de pesquisa críticas, decoloniais ou interseccionais, que contribuam para o questionamento das hierarquias de saberes estabelecidas no campo da tradução. A proposta de um trabalho com viés decolonial surge com o intuito de tensionar o modus operandi que orienta, ordena e conforma uma lógica produtiva eurocentrada e abrir espaço para a invenção, a criatividade e a valorização da experiência. Ancoramo-nos na compreensão de que o ato tradutório se configura como um saber-fazer que inaugura um campo privilegiado das relações imbricadas entre a(s) língua(s), a linguagem, as subjetividades, a cultura e as dinâmicas de poder. Espera-se que os trabalhos reunidos neste GT possam contribuir para o aprofundamento das reflexões críticas dos processos tradutórios e criar caminhos para o reconhecimento de outros modos e formas de pensar e agir no mundo.

GT34: Letramento racial crítico e literátura negroafetiva: caminhos para uma educação antirracista consoante a lei nº 10.639/2003

Autores: Iramayre Cássia Ribeiro Reis

Resumo: Esse trabalho considera o Letramento Racial Crítico (LRC) enquanto dispositivo estratégico para a compreensão do racismo e para a formulação de uma pedagogia emancipatória, crítica, decolonial e antirracista destacando o afeto na leitura do texto da Literatura Negroafetiva (LNA) que apresenta narrativas protagonizadas por personagens negros e negras para promover uma identidade étnico-racial positiva. Nessa direção e partindo do princípio de que o Letramento Racial Crítico e a Literatura Negroafetiva se constituem enquanto caminhos para a contemplação da Lei No 10.639/2003, nosso objetivo é discutir como o Letramento Racial Crítico e a Literatura Negroafetiva enquanto estratégias pedagógicas de intervenção para a construção de uma consciência racial positiva.

Do ponto de vista metodológico, o trabalho segue os propostos de uma abordagem qualitativa de natureza bibliográfica requerendo o uso do método explicativo dando destaque para as teorias decoloniais e críticas culturais ao racismo estrutural e à colonialidade do saber. Foram referenciais teóricos autores e autoras como Anibal Quijano (2025), Aparecida Ferreira (2012), Bárbara Carine (2023), bell hooks (2020), Chimamanda Adiche (2019), Florentina da Silva Souza (2005), Grada Kilomba (2019), Sônia Rosa (2022), dentre outros(as).Assim, os resultados indicam que é necessário investir na prática do Letramento Racial Crítico por meio da Literatura Negroafetiva para que ao(a) estudante possa ser letrado(a) racialmente considerando a afirmação de suas identidades raciais para que os propósitos da Lei sejam efetivados tendo em vista que o preconceito e a discriminação racial são construções históricas, culturais e sociais que são (re)produzidas ao longo dos tempos.

Por fim, concluímos que o trato pedagógico afetivo sobre relações étnico-raciais pode contribuir para a promoção de uma educação antirracista em conformidade com a Lei N° 10.639/2003.

GT35: Inteligência artificial desplugada no ensino fundamental: impacto na compreensão de redes neurais e pensamento computacional

Autores: Tassiana Truccollo Schmitt; Alberto Bastos do Canto Filho

Resumo: No século XXI, a crescente influência das tecnologias digitais impulsiona uma constante transformação na educação e no processo de ensino-aprendizagem. Diante da relevância da Inteligência Artificial, torna-se essencial preparar os estudantes para compreender sua importância e os cuidados necessários em sua utilização, fomentando o pensamento crítico e a reflexão ética. O objetivo desta pesquisa foi investigar como atividades sem computador sobre Inteligência Artificial (IA desplugada) auxiliam alunos do 6o ano do Ensino Fundamental a compreender o funcionamento da IA, o conceito de redes neurais e os pilares do pensamento computacional: decomposição de problemas, algoritmos, abstração e reconhecimento de padrões. A pesquisa foi conduzida com 16 estudantes do 6o ano de uma escola privada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Inicialmente, foram realizadas rodas de conversa para introduzir o tema e explorar as dúvidas dos estudantes sobre o funcionamento da IA e a consistência de suas respostas a diferentes prompts. Uma atividade prática desplugada envolveu a execução de um mesmo prompt de desenho pelos estudantes, simulando uma IA. A análise dos resultados revelou a diversidade das interpretações, gerando uma discussão sobre o reconhecimento de padrões. Posteriormente, a ferramenta plugada Quick, Draw! foi utilizada para ilustrar esse conceito na prática. A experiência demonstrou o potencial das atividades de IA desplugada para introduzir conceitos complexos de forma tangível e estimular a curiosidade dos estudantes. A comparação entre a interpretação humana e a da IA a um mesmo prompt evidenciou a natureza probabilística e a variabilidade das respostas da IA, reforçando a importância do pensamento crítico e da verificação das informações. A atividade com o Quick, Draw! complementou a compreensão do reconhecimento de padrões. A pesquisa sugere que a IAD se apresenta como uma via promissora para aprimorar o entendimento básico em Inteligência Artificial no Ensino Fundamental, despertando e explorando a curiosidade sobre essas tecnologias de maneira consciente, crítica e informada, preparando os estudantes para interagirem ativamente com o futuro digital.

GT36: Sociolinguística na rota dos povos tradicionais

Autores: Rosineide Magalhães de Sousa

Resumo: O Grupo de Trabalho dentro do escopo da Linguagem e Sociolinguística propõe agregar para a discussão pesquisas desenvolvidas ou em desenvolvimento em comunidades de povos tradicionais: indígenas, quilombolas, caiçaras, ribeirinhos, ciganos entre outros, que abordem o multilinguismo, políticas linguísticas voltadas para educação escolar desses povos; línguas em contato; estigmatização social e linguística; língua, cultura e identidade em conflito, entre outros temas afins que estejam dentro desse campo temático. O Grupo de Trabalho propõe, ainda, mostrar as contribuições que a sociolinguística vem trazendo para o cenário científico e para os povos tradicionais, e a renovação teórica que essa área multidisciplinar recebe das pesquisas realizadas naqueles contextos tradicionais. Além disso, identificar como as pesquisas são desenvolvidas nessa área tendo em vista a metodologia utilizada para geração e análises dos dados. Averiguar junto aos pesquisadores como ocorre o retorno produtivo das pesquisas a quem interessa, considerando a relevância da pesquisa em benefício dos povos tradicionais.

GT37: Práticas de linguagens para os multiletramentos em materiais escolares: propostas responsivas e propositivas à inclusão, à vida e à diversidade

Autores: Nedson Antônio Melo Nogueira; Rita de Cássia Souto Maior

Resumo: Na linha da Linguística Aplicada (doravante LA), temos avistado diferentes abordagens de ensino, teóricas e metodológicas em interface com as práticas situadas que implicam a linguagem em uso, sejam estes usos em contextos culturais, políticos, globais, locais e periféricos de sociabilidades permeadas pelas múltiplas esferas da vida humana (Bakhtin, 2011), sejam estes usos nos novos contextos digitais (Muniz-Lima, 2024; Silva, 2022) que vêm se desenhando a cada instante na nossa contemporaneidade.

Grosso modo, o ensino e aprendizagem de língua materna e línguas adicionais têm passado por diferentes mudanças epistêmicas e desdobramentos políticos e educacionais no que diz respeito às novas demandas que estão circulando e sendo propostas através de documentos oficiais e orientações curriculares para a agenda escolar nessa segunda metade do século XXI. Com isso, faz-se necessário repensar ações propositivas, projetos de ensino, de pesquisa e de extensão, numa perspectiva de ensino crítica (Ferreira, 2006), que fortaleça a formação e qualificação de professores/as, da escola, enquanto agência de letramento (Kleiman, 1995), e da dos/as estudantes, em diálogo com a comunidade externa às instituições educacionais. Essas ações precisam, sobretudo, serem responsivas à vida, às suas vivências e às realidades diversas da vida narrada (Moita Lopes, 2006), assim como da vida vivida e implicada com o outro (Souto Maior, 2023; 2024). Logo, é preciso construir pontes de diálogos na escola e nas demais esferas sociais que venham a promover cada vez mais políticas de ações afirmativas, educacionais e linguísticas (Rajagopalan, 2003; Roque-Faria; Nunes; Silva, 2024) comprometidas e engajadas, de maneira ético-discursiva (Souto Maior, 2023), com os direitos humanos, com as diversidades, com a inclusão e com as pluralidades existentes e resistentes no chão da escola. Atualmente, estamos vivenciando em nosso cenário político e social várias práticas de discriminação e preconceito (machismo, misoginia, racismo, LGBTfobia, capacitismo, gordofobia, bullying) dos mais diversos possíveis, envoltos de discursos de ódio (Burtler, 2021) contra grupos minorizados, historicamente, oprimidos e marginalizados. Parte desses discursos e das ideologias que os permeiam, na maioria das vezes, vêm refletidos e são refratados (Bakhtin, 2011) em conteúdos e em imagens (textos semióticos) nos materiais escolares e nos livros didáticos, muitas vezes sem uma leitura crítica e decolonial (Silva et al, 2023) sobre as suas construções de sentidos e sobre o impacto que essas mesmas construções podem causar na vida de crianças, de jovens e de adolescentes em processo de escolarização.

Estudos de Liberali (2022; 2022) têm chamado a atenção para a relevância da perspectiva dos multiletramentos engajados, que considera as múltiplas linguagens, mídias, culturas e identidades em práticas escolares no vislumbre da transformação social e para o agenciamento do bem viver e do bem esperançar (Liberali, 2022), promovendo, assim, a superação de opressões e de desigualdades sociais. Nesse aspecto, neste GT, esperamos propostas de trabalhos que tragam discussões sobre ensino, de materiais escolares e livros didáticos, além de outras que focalize a linguagem em uso para o fortalecimento da diversidade e de novas práticas de inclusão.

GT38: Educação docente inicial em línguas: caminhos da planificação e reflexões em processo

Autores: Maria Izabel Rodrigues Tognato; Lidia Stutz

Resumo: Este GT tem por objetivo oferecer espaço de discussão, debate e reflexões de modo a acolher estudos que abordem os caminhos trilhados por docentes pesquisadores do ensino superior para a formação docente inicial em línguas adicionais no desenvolvimento de propostas de planificação do trabalho de ensino que viabilizem a construção de ações capazes de promover maior proximidade da realidade social dos alunos. Nesse sentido, consideramos que as propostas de planificação e construção de material didático, a construção de planos de aula, as formas de avaliação e as reflexões sobre os resultados alcançados com os trabalhos didático-pedagógicos servirão como fio norteador de nossas discussões, a fim de ressignificarmos o trabalho de ensino e aprendizagem e seus processos avaliativos, bem como o de formação docente como práticas sociais. Nessa esteira, não menos importantes, são as análises sobre as prescrições nacionais, estaduais, as imposições governamentais e as diversas facetas estabelecidas nos contextos escolares, que podem dar vazão à criatividade, fortalecimento da identidade, protagonismo discente ou; podem tolher as ações da formação e do trabalho docente. Serão aceitas contribuições que teçam relações entre a temática em tela e as necessidades prementes de repensar os caminhos da formação e os modelos (de)coloniais vigentes. Com isso, buscamos fomentar discussões que fortaleçam trocas de conhecimentos e experiências. Para tanto, acolheremos diferentes perspectivas teóricas ou teórico-metodológicas de modo a congregar as necessidades dos trabalhos a serem apresentados e compartilhados. No que tange aos procedimentos metodológicos, pretendemos reunir trabalhos de pesquisa originários de diversas abordagens, sobretudo de caráter qualitativo-interpretativistas e intervencionistas, que busquem desvelar como a linguagem se configuram em práticas de formação docente e profissional em contextos diversos. Desse modo, os percursos metodológicos podem ser possibilitados por diferentes instrumentos de análise, tais como prescrições educacionais, produções acadêmicas diversificadas, como relatórios, resumos, apresentações orais, relatos de diários, planos de aula, bem como gêneros e práticas oriundas do contexto profissional docente. Com isso, esperamos poder fomentar reflexões e contribuir com os avanços no debate sobre as práticas formativas institucionais considerando-se a realidade educacional vigente em diferentes contextos de formação, possibilitando construir novas práticas de resistência e transformação social pela linguagem no sentido de ampliar os caminhos da educação do professor em meio a situações adversas.”

GT39: Formando contistas e leitores: práticas literárias nas aulas de inglês

Autores: Giselle de Araújo Moreira

Resumo: A BNCC incentiva o uso de textos literários clássicos e estrangeiros nas escolas públicas. Foi pensando em desenvolver uma comunidade de leitores e escritores, que se propôs aos alunos do ensino médio de uma escola pública, a leitura de textos literários e a escrita criativa durante as aulas de Inglês. O conto foi escolhido devido a sua brevidade. O escritor estadunidense Edgar Allan Poe foi selecionado para dar início às atividades de leituras do texto literário. O conto The Black Cat foi a obra selecionada.

Este serviu como inspiração para a criação de outro, sendo que desta vez, de autoria dos alunos participantes. O objetivo geral desta pesquisa foi promover o uso do texto literário e da escrita criativa através da leitura e produção de contos baseando-se em obras do escritor estadunidense Edgar Allan Poe. Os pilares teóricos que embasaram este estudo foram: 1) letramento literário (COSSON, 2014; PAULINO; COSSON, 2009); 2) teoria do conto (VALENTIM, 2020; BRONCKART, 2012; GOTLIB, 1990). A metodologia da pesquisa foi de natureza qualitativa (DENZIN; LINCOLN, 2005; CRESWELL; POTH, 2018); as técnicas utilizadas foram bibliográfica e documental (PRODANOV, FREITAS, 2013; MELO ET AL, 2006); os instrumentos escolhidos foram questionário e diário de bordo (QUEVEDO-CAMARGO, 2013; MARCONI; LAKATOS, 2003); os procedimentos de análise dos dados foram realizados com teor interpretativista (MOITA LOPES, 1994). Os resultados mostram que foi ampliado o repertório de clássicos estrangeiros na leitura e conhecimento de mundo dos participantes. A produção dos contos proporcionou um processo de autoconhecimento ao trabalhar com a busca de palavras certas para transcrever uma ideia, um sentimento e uma emoção durante o desenvolvimento da escrita criativa, conforme sugerido pela BNCC (2018). Por fim, a experiência desenvolveu um espaço de compartilhamento dos contos criados em uma comunidade de escritores dentro do ambiente escolar.

GT40: Práticas translinguísticas para uma educação antirracista

Autores: Diego Aureliano da Silva

Resumo: Este grupo de trabalho – GT quer acolher pesquisas e ou experiências na educação básica e ensino superior sobre leitura e visão de mundo, multiletramentos, multimodalidade e Letramento Racial Crítico na formação de professores desde a perspectiva dos estudos da Educação para as Relações Étnico-Raciais. Busca-se trabalhos de professores pesquisadores refletindo sobre a necessidade de uma educação voltada para a cultura de paz, afim, de superar as limitações do monolinguismo em prol do translinguismo, conhecendo os processos de uma alfabetização e letramento crítico para além do ensino da leitura e escrita que possibilite ampliar as perspectivas comunicacionais desde a dinâmica linguística, política e social desde o sul global. Descolonizar o pensamento e assimilar de uma vez por todas a importância das culturas africanas e indígenas em nossa constituição linguística e identitária. Política linguística para uma educação antirracista, assim, é a problematização das ideias veiculadas pelo sistema monolíngue do corpo social, das instituições educacionais, dos moldes tradicionais, aos contemporâneos e, em diferentes plataformas. Importa então que, a política linguística seja uma prática, primeiro, das instâncias formativas de professores, uma vez que, só é possível formar crianças e adultos leitores, escritores, pensadores, pessoas capacitadas, professores que tenham se apropriado da experiência da leitura vivamente, não sendo suficiente apenas políticas de alfabetização, ou de acesso à escrita, mas também que tenha outros movimentos políticos culturais diversos, para só então realizar um projeto educativo com qualidade, para então reverter um quadro em que temos informação no lugar de conhecimento, enxurrada de fatos que não nos dão tempo para assimilar nada, numa linguagem esvaziada e que ocorre nas mais diversas modalidades de comunicação, educacional, institucional, jornalística, televisiva, digital, política, ou mesmo na linguagem comum, do dia a dia.

GT41: Mosaico didático: contribuições da didática das línguas de origem genebrina para o ensino e a pesquisa

Autores: Eliane Lousada; Kleber Aparecido da Silva; Vera Lúcia Lopes Cristovão

Resumo: A obra “Gêneros orais e escritos na escola”, de Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz, foi lançada no Brasil há exatamente 21 anos. Ela aportou noções basilares que, por estabelecerem uma interface entre os estudos científicos, trazendo conceitos teóricos, e os contextos práticos da sala de aula, com propostas metodológicas para esse fim, têm influenciado o ensino-aprendizagem de línguas – e a pesquisa dele decorrente – no Brasil, desde então. Assim, as contribuições teóricas, metodológicas e didáticas da obra ao ensino e à formação de professores de línguas em contexto brasileiro são inegáveis e podem ser percebidas tanto na língua materna, quanto na estrangeira e em diferentes níveis da escolaridade. Neste GT, temos por objetivo homenagear a obra e as pesquisas desenvolvidas pelo Professor Joaquim Dolz, por meio de trabalhos que dialoguem com e/ou desenvolvam os conceitos propostos na obra e em seus desdobramentos. Dessa forma, receberemos contribuições que explorem os conceitos apresentados na obra, tais como: gênero textual, sequência didática, capacidades de linguagem, modelo didático, bem como outros conceitos desenvolvidos na esteira dessas pesquisas, tais como os de obstáculo de aprendizagem e de itinerário didático, entre outros. Também aceitaremos trabalhos que explorem temáticas presentes nos estudos realizados por Joaquim Dolz, tais como: oralidade e gêneros orais, plurilinguismo, formação de professores, sociodidática das línguas, entre outros.

Comunicações orais: As comunicações orais serão submetidas individual ou coletivamente. Cada proposta de comunicação será avaliada pela comissão científica organizadora em sessões. As propostas devem ser encaminhadas pelo formulário eletrônico neste site.

Para qualquer uma das modalidades, são aceitas inscrições recebidas por meio de formulário online próprio, apenas.
Cada participante só poderá apresentar 2 (dois) trabalhos, seja no grupo de trabalho ou na comunicação oral.
Além das modalidades acima, que são abertas, existem as modalidades abaixo, restritas aos inscritos no evento:

Conferências: Estão previstas 4 (quatro) conferências.

Rodas de conversas
: Estão previstas 2 (duas) rodas de conversas.

Grupos de trabalho
: Estão previstos grupos de trabalho no primeiro dia do evento. Cada participante poderá se inscrever no grupo de trabalho de sua preferência e efetuar o pagamento no site do evento.

Painel do Sul Global
: um representante de cada continente mais Brasil com duração de 2 horas.

Envio dos Trabalhos

Após leras instruções abaixo clique no botão ao lado, faça sua inscrição e submeta o seu trabalho.  

Normas

Para submeter o resumo, cada congressista deverá, inicialmente, fazer a inscrição e efetuar o pagamento. Se, eventualmente, o resumo não for aceito, a Comissão Científica o devolverá para serem feitos os ajustes necessários e, posteriormente, confirmada a submissão.

Normas para submissão

Os resumos para apresentação de trabalho na modalidade comunicação oral ou nos grupos de trabalho devem ser submetidos exclusivamente pelo site do evento, observando as datas e valores correspondentes a cada categoria (alunos de graduação, professores, etc.).

Cada trabalho poderá ter até três autores (todos com inscrição paga). Cada participante só poderá apresentar dois trabalhos, seja comunicação ou Grupo de trabalho.

É necessário que os resumos contenham: mínimo de 200 e máximo de 300 palavras; 3 palavras-chave; indicação, de forma objetiva, do tema, objetivos, quadro teórico-metodológico e resultados (alcançados ou esperados).

Observações

Só terão direito ao certificado os autores e coautores inscritos no evento.

Caso o trabalho tenha dois ou três autores, cada um receberá um certificado individualmente;

O tempo para apresentação dos trabalhos nas sessões de comunicação será de 20 minutos;

Após o término do evento, serão organizados os Anais. Todos os autores serão comunicados e, caso queiram, poderão submeter os trabalhos para publicação.

PROGRAMAÇÃO

8:00-8:45 Mesa de abertura

8:45-10:00 – Conferência de Abertura – “Tecnologia e Colaboração no Ensino de Línguas: Inovações para um Currículo Internacional Inclusivo”

  • Allen Quesada (University of Costa Rica)
  • Mediador: Kléber Aparecido da Silva (UnB)

10:00-10:15 – Intervalo

10:15- 10:45– Apresentação cultural

10:45- 12:00- Conferência 1 – Internacionalização e Tecnologias Digitais: Desafios e Perspectivas nos Institutos Federais

  • Vilton Soares (IFMA)
  • Mediadora: Tamara Angélica Brudna da Rosa (IFFar)

12:00- 13:30- Almoço

13:30- 17:00 – GT’s

8:00-9:30 – Conferência 2 “Aprendizagem Multilíngue e Justiça Social: Práticas Críticas para Transcender Fronteiras Culturais”

  • Luciana Oliveira (Virginia Commonwealth University- EUA)
  • Mediador:

9:30-9:45- Intervalo

9:45-11:15- Roda de Conversa 1 – Educação Multilingue a partir de lentes decoloniais

  • Antonieta Megale (UNIFESP)
  • Fernanda Liberali (PUC-SP)
  • Michele El-Kadri (UEL)
  • Mediador:

11:15- 12:00- Lançamento de livros

12:00-13:30- Almoço

13:30-15:00- Painel 1 – Educação multilíngue, currículo internacional e tecnologias

  • Ademar Castelo Branco
  • Dllubia Santclair
  • Juliana Harumi
  • Lauro Sérgio Machado Pereira
  • Leide Lene
  • Tamara Rosa
  • Silvia Penna
  • Simone Maranhão
  • Mediador:

15:00-15:30- Intervalo

15:30- 17:00- Conferência 3- Translinguagem, educação de professores/as de línguas/linguagens e decolonialidades

  • Kleber Aparecido da Silva
  • Leonardo Neves Correa
  • Mediador:

8:00-9:30- Conferência 4 – “Internacionalização e Tecnologias na Educação: Desafios Regionais e Globais”

  • Fabiana Diniz Kurtz (UNIJUI)
  • Denilson Rodrigues da Silva (URI- Santo Ângelo)
  • Mediador:

9:30-9:45- Intervalo

9:45-12:00- Roda de Conversa 2 – Internacionalização da Educação Básica e Tecnologias educacionais

  • Marília Morosini (PUC-RS)
  • Luciana Stallivieri
  • Kleber Silva (UnB)
  • Mediadora: Tamara Angélica Brudna da Rosa (IFFar)

12:00-13:30- Intervalo

13:30-15:00- Roda de Conversa 3 – “Repensando o Currículo Internacional: Perspectivas Interculturais e Inovações Globais”

  • Joaquim Dolz (Universidade de Genebra-Suiça)
  • Paula Cobucci ( UnB-Brasil)
  • Leketi Makalela (Universidade de Wits-África)
  • Adriana Gonzalez (Uiversidade de Antioquia-Colômbia)
  • Mediador:

15:00-15:30- Intervalo

15:30-17:00- Conferência de Encerramento- Vozes do Sul na era da inteligência artificial generativa: desafios ao colonialismo digital e ao Racismo Algorítmico

  • Paulo Boa Sorte (Universidade Federal de Sergipe)
  • Júlio Araújo (Universidade Federal do Ceará)
  • Mediadora: Tamara Angélica Brudna da Rosa (IFFar)

PALESTRANTES

Ademar Branco

Palestrante

Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo - FATEC

Adriana Gonzalez

Palestrante

Universidade de Antioquia
Colômbia

Allen Quesada

Palestrante

University of Costa Rica
UCR

Antonieta Megale

Palestrante

Universidade Federal de São Paulo UNIFESP

Denilson Rodrigues

Palestrante

Univ. Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
Santo Ângelo

Dllubia Santclair

Palestrante


Secretaria de Estado de Educação SEDUC/GO

Fabiana Diniz Kurtz

Palestrante

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUI

Fernanda Liberali

Palestrante


Pontifícia Universidade Católica
PUC/SP

Joaquim Dolz

Palestrante

Université de Genève
Suisse

Juliana Harumi

Palestrante

Instituto Federal de Brasília
IFB

Júlio Araújo

Palestrante

Universidade Federal do Ceará
UFC

Kléber Silva

Coordenador Gecal

Universidade de Brasília
UnB

Lauro Pereira

Palestrante

Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - IFNMG

Leide Lene

Palestrante

Instituto Federal do Tocantins
IFTO

Leketi Makalela

Palestrante

University of Witwatersrand
South Africa

Leonardo Correa

Palestrante

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Luciana Oliveira

Palestrante

Virginia Commonwealth University
EUA

Luciana Stallivieri

Palestrante

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Marília Morosini

Palestrante

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS

Michele El-Kadri

Palestrante

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Paula Cobucci

Palestrante

Universidade de Brasília
UnB

Paulo Boa Sorte

Palestrante

Universidade Federal de Sergipe
UFS

Silvia Penna

Palestrante

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de MG - IFMG

Simone Maranhão

Palestrante

Instituto Federal do Maranhão
IFMA

Tamara Angélica Brudna da Rosa

Palestrante

Instituto Federal Farroupilha - IFFar

Vilton Soares

Palestrante

Instituto Federal do Maranhão - IFMA

COMISSÕES

Coordenação Geral e Científica
Kleber Aparecido da Silva
Universidade de Brasília/Stanford University

 

Assistente da Coordenação Geral e Científica
Tamara Angélica Brudna da Rosa
IFFar- Campus Santo Augusto/UnB/Gecal

 

Comissão Organizadora
Kleber Aparecido da Silva- UnB/Stanford

Tamara Angélica Brudna da Rosa- IFFar/UnB/Gecal

Rosana Helena Nunes- FATEC/UnB/Gecal

 

Comissão Científica
Coordenadores dos grupos de trabalho e membros do Gecal.

PARCEIROS